terça-feira, 5 de abril de 2016

LEVANTE-SE IGREJA DE CRISTO!



LEVANTE-SE IGREJA DE CRISTO!

Ser Igreja é mais que ser apenas um nome no rol de membros, mais que simplesmente frequentar um culto e dizer que é evangélico. Essa visão é medíocre e simplista, fruto de um pragmatismo paralisante e inconsequente. Todo verdadeiro cristão anda debaixo da orientação da Sagrada Escritura; e a Bíblia diz de forma clara e contundente: “[...] e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Ou seja, a Igreja não é simplesmente um prédio ou uma instituição, mas uma edificação planejada, executada e de propriedade exclusiva de Jesus Cristo. Além disso, essa Igreja de Cristo tem uma promessa: Ela é vitoriosa sob o poder de seu Senhor. Que mensagem linda e fantástica!
Além disso, Jesus Cristo é a Cabeça da Igreja (cf. Efésios 1:22; 4:15; 5:23; Colossenses 1:18; 2:19) e nós somos o Seu corpo (cf. Romanos 12:5; 1Coríntios 12:27; Efésios 1:23; 4:12; Colossenses 1:24; 2:9). Essa relação aponta para a submissão inteira dos crentes com Seu Senhor e Mestre. Ser parte da Igreja é estar debaixo da orientação e do comando de Jesus Cristo. Assim como os membros do corpo respondem aos comandos cerebrais, assim os crentes não vivem mais para si mesmos, mas para Aquele que comanda o todo.
Ora, apesar das constantes e importantes declarações da Bíblia, infelizmente muitos crentes a ignoram, achando que eles devem agir pelos seus conceitos e ideias. Esse pensamento, além de não ser bíblico, é incoerente e passa a ideia errada de que o cristão não tem a quem prestar contas. E nesses tempos líquidos, onde o ser humano declara em alto e bom som toda a sua arrogância e rebeldia em nome de uma autonomia, a Bíblia diz que já não somos de nós mesmos (cf. Romanos 14:7).
Dr. Martyn Lloyd-Jones (1899-1981), ao tratar do Corpo de Cristo disse o seguinte: “A maioria dos nossos problemas surge principalmente do fato de que persistentemente começamos com nós mesmos; somos demasiadamente subjetivos. Este é um dos maiores resultados do pecado. O pecado coloca o homem no centro. Ele me faz achar que só eu sou importante, e que aquilo que eu acho e aquilo que me acontece é o que realmente importa” (1994, p.42). E assim, quando pensamos em igreja, relacionamos com o nosso pensamento, com as nossas convicções e desejos. Esquecemos que a igreja não é nossa e o gosto pessoal pouco importa nessa questão. Ou como vai afirmar Lloyd-Jones mais à frente: “A igreja transcende os séculos. As habilidades naturais não desempenham nenhum papel nesta questão. Não importa o que você seja, ignorante ou deficiente em suas faculdades, grande ou pequeno, rico ou pobre. Todas estas coisas não passam de insignificâncias; este corpo é um só” (1994, p.47).
Por isso, é hora de todos nós, como membros do Corpo de Cristo, nos unirmos e fazermos a vontade de Deus agora, em obediência a Jesus Cristo, a Cabeça da Igreja. Não é hora de ficar olhando para os seres humanos ou para as preferências pessoais. Como crentes precisamos aprender que as coisas da Igreja funcionam a partir das perspectivas espirituais, através da Palavra de Deus, da oração e da ação do Espírito Santo em nós. Por isso Paulo, ao escrever aos coríntios, podia dizer: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? São apenas servos por meio de quem crestes, conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei; Apolo regou; mas foi Deus quem deu o crescimento. De modo que, nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas sim Deus, que dá o crescimento” (1Coríntios 3:5-7). Enquanto muitos ficam inquietos, olhando apenas para as coisas humanas, nós deveríamos olhar para o Deus que levanta Seus servos para fazer a obra; deveríamos parar de olhar para a capacidade humana e olhar para Aquele que dá o crescimento, pois na verdade nem Apolo, nem Paulo, nem Pedro, nem Gilson, nem Hugo, nem Nelson são alguma coisa, mas sim Deus.
Isso é ser igreja! É viver debaixo da orientação de Cristo e junto com outros irmãos obedecermos a vontade de Deus, brilhando nas trevas, salgando o mundo, sendo instrumento de salvação, restauração e mostrando a beleza e a relevância do Evangelho. Ser igreja é levar, viver e manifestar a mensagem da cruz de Cristo, onde homens e mulheres, adolescentes e jovens vivem como crucificados para a glória do Senhor ressurreto.
Por que falo isso? Porque hoje vivemos uma tragédia, onde as pessoas trocam de igreja como se troca uma camisa. As ações são baseadas em sentimentos e se coloca uma capa de aparente espiritualidade, mas que na verdade esconde desejos e manifestações carnais, onde o conforto e a novidade falam mais ao coração do que a convicção e a fé. A. W. Tozer escreveu um artigo intitulado “Vitória mediante derrota”, em que diz: “[...] se enxergo bem, a cruz do evangelismo popular não é a cruz do Novo Testamento. É, ao contrário, um novo e brilhante ornamento do seio de um cristianismo autoconfiante e carnal cujas mãos são, de fato, as mãos de Abel, mas cuja voz é de Caim. A antiga cruz matava os homens; a nova os entretém. A antiga cruz os condenava; a nova os diverte. A antiga cruz destruía a confiança na carne; a nova a estimula. A antiga cruz produzia lágrimas e sangue; a nova produz riso” (1987, p.39).
Portanto, fujamos desse cristianismo de aparências e nos comprometamos com o Senhor glorioso que morreu e ressuscitou para formar para Si mesmo um “[...] povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1Pedro 2:9). O mundo está diante de nós e temos uma única missão: Anunciar as grandezas daquele que nos salvou! Sim, os campos estão brancos para a ceifa e como cristãos, membros da Igreja de Cristo somos chamados a viver o Evangelho na sua plenitude. Saiamos da mornidão, da vida cristã fraca e sem substância; tão somente obedeçamos à voz do Senhor e ouçamos o clamor de Gideão: “[...] Levantai-vos, porque o SENHOR entregou o acampamento dos midianitas nas vossas mãos” (Juízes 7:15).

Fraternalmente em Cristo, Pr. Gilson Jr.