A FÉ NÃO É BURRA!
Cada dia que
se passa vemos que a igreja brasileira está mais doente, principalmente com a
parafernália criada para atrair pessoas em nome de Cristo. A verdade é que a
grande maioria das igrejas evangélicas está mais preocupada em criar meios e
formas para “crescer a qualquer custo”, buscando táticas empresariais, métodos
humanos e visando muitas vezes o lucro e a sustentação de uma hierarquia
eclesiástica. Por exemplo, a Igreja Universal (IURD) que se autodenomina uma
igreja evangélica, está promovendo a oração pelos mortos, uma doutrina
católica, totalmente equivocada e sem base escriturística. Há grupos que falam
de “ativação da unção do Espírito Santo”, como se o Espírito fosse um chip de
celular. Haja paciência!
O apóstolo
Paulo, esse sim inspirado pelo Espírito Santo, disse: “Mas rejeita as fábulas profanas e insensatas.
Exercita-te na piedade” (1Timóteo 4:7). Depois ele adverte ao jovem
Timóteo: “Porque chegará o tempo em que não
suportarão a sã doutrina; mas, desejando muito ouvir coisas agradáveis, ajuntarão
para si mestres segundo seus próprios desejos; e não só desviarão os ouvidos da
verdade, mas se voltarão para as fábulas” (2Timóteo 4:3,4). Ao
pastor Tito o apóstolo disse: “[...] Portanto,
repreende-os severamente, para que tenham uma fé sadia, não dando ouvidos a
fábulas judaicas, nem a mandamentos de homens que se desviam da verdade”
(Tito 1:13,14). E o apóstolo Pedro coloca de forma clara a quem devemos seguir:
“Porque não seguimos fábulas engenhosas
quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
pois fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2Pedro 1:16).
Ou seja, a
Bíblia coloca de forma clara que a fé verdadeira não é burra, nem tola, mas é
fruto de um relacionamento verdadeiro com Cristo e fundamentado na Escritura
Sagrada. O problema é que a maioria daqueles que se dizem cristãos hoje em dia
querem uma religião pirotécnica, com sinais e prodígios, com símbolos e
mandingas para favorecer uma ideia totalmente mística. John Stott (1921-2011)
disse certa vez: “É surpreendente o número de pessoas que supõe que a fé e a
razão são incompatíveis. Mas estas jamais foram postas em oposição uma à outra
nas Escrituras. Fé e visão são contrastadas (2Co 5.7), mas não fé e razão. Pois
fé, de acordo com as Escrituras, não é nem credulidade, nem superstição, nem
‘uma crença ilógica na ocorrência do improvável’, mas uma confiança calma e
refletida em Deus que, conforme se sabe, é confiável” (STOTT, 1992, p. 116).
E aqui temos
o calcanhar de Aquiles dos evangélicos brasileiros. Fé tornou-se sinônimo de
superstição, algo fantasioso, que precisa ser sentido e definido pelo poder dos
“superapóstolos”, dos “ungidos de plantão”. Infelizmente a fé evangélica
tupiniquim tornou-se a verborragia religiosa com ares de um espiritualismo doentio,
que leva milhares de pessoas a buscarem nas “campanhas” e nos “votos” as
respostas de seus anseios pessoais. A fé evangélica atual é permeada por
interesses econômicos, onde somente uma “casta superior”, de forma quase
gnóstica, se relaciona com um deus manipulável. A verdade é que isso não é
Evangelho de Jesus Cristo.
Precisamos
compreender que a essência do Evangelho. Paulo vai afirmar: “Examinai a vós mesmos, para ver se estais na fé.
Provai a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? A não ser
que já estejais reprovados” (2Coríntios 13:5). Por que Paulo
solicita um exame cuidadoso dos crentes de Corinto? Porque alguns não estavam
em Cristo, apesar de estarem na igreja. O verdadeiro Evangelho glorifica a
Jesus Cristo e exalta Seu senhorio e soberania. Como bem disse John MacArthur:
“Os cristãos contemporâneos têm sido condicionados a crer que, por terem
repetido uma oração, assinado um cartão de decisão, ido à frente, falado em
línguas, sido arrebatados em espírito, tido algum tipo de experiência, estão
salvos e jamais deveriam questionar a sua salvação” (2008, p. 27).
Sim queridos,
a fé não é burra, inconstante e nem fantasiosa. Ela não é motivada pelo marketing de cantores e pregadores,
muito menos direcionado por visões ou manifestações aparentemente espirituais.
A fé é fruto de um relacionamento pessoa com Jesus Cristo, que nasce da total
submissão ao senhorio de Cristo e vive com uma única preocupação: a glória de
Deus. A fé é bíblica, fundamentada nas Escrituras e desenvolvida na doutrina; a
fé é sóbria, justa e piedosa (1Timóteo 4:5; Tito 2:12,13), que não se preocupa
com os ideais de “sucesso humano”, mas com a fidelidade a Deus.
Portanto,
meus amados irmãos, fujamos da falsidade, da “fé manipulável”, da “fé gospel”, da “fé comercial” e burra, que
leva milhares para longe de Deus. Voltemos nossos olhos à cruz de Cristo, à Sua
pessoa bendita, à Palavra de Deus e ao firme fundamento da doutrina cristã.
Abraços
fraternos, Pr. Gilson Jr.
MACARTHUR,
John. O evangelho segundo Jesus. São José dos Campos: Editora Fiel, 2008.
_____.
Com vergonha do evangelho – Quando a igreja se torna como o mundo. São José dos
Campos: Editora Fiel, 2010.
STOTT, John. The contemporany chrstian.
Leicester and Downers Grove, 1992.
Maravilha!!!
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