terça-feira, 5 de abril de 2016

LEVANTE-SE IGREJA DE CRISTO!



LEVANTE-SE IGREJA DE CRISTO!

Ser Igreja é mais que ser apenas um nome no rol de membros, mais que simplesmente frequentar um culto e dizer que é evangélico. Essa visão é medíocre e simplista, fruto de um pragmatismo paralisante e inconsequente. Todo verdadeiro cristão anda debaixo da orientação da Sagrada Escritura; e a Bíblia diz de forma clara e contundente: “[...] e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Ou seja, a Igreja não é simplesmente um prédio ou uma instituição, mas uma edificação planejada, executada e de propriedade exclusiva de Jesus Cristo. Além disso, essa Igreja de Cristo tem uma promessa: Ela é vitoriosa sob o poder de seu Senhor. Que mensagem linda e fantástica!
Além disso, Jesus Cristo é a Cabeça da Igreja (cf. Efésios 1:22; 4:15; 5:23; Colossenses 1:18; 2:19) e nós somos o Seu corpo (cf. Romanos 12:5; 1Coríntios 12:27; Efésios 1:23; 4:12; Colossenses 1:24; 2:9). Essa relação aponta para a submissão inteira dos crentes com Seu Senhor e Mestre. Ser parte da Igreja é estar debaixo da orientação e do comando de Jesus Cristo. Assim como os membros do corpo respondem aos comandos cerebrais, assim os crentes não vivem mais para si mesmos, mas para Aquele que comanda o todo.
Ora, apesar das constantes e importantes declarações da Bíblia, infelizmente muitos crentes a ignoram, achando que eles devem agir pelos seus conceitos e ideias. Esse pensamento, além de não ser bíblico, é incoerente e passa a ideia errada de que o cristão não tem a quem prestar contas. E nesses tempos líquidos, onde o ser humano declara em alto e bom som toda a sua arrogância e rebeldia em nome de uma autonomia, a Bíblia diz que já não somos de nós mesmos (cf. Romanos 14:7).
Dr. Martyn Lloyd-Jones (1899-1981), ao tratar do Corpo de Cristo disse o seguinte: “A maioria dos nossos problemas surge principalmente do fato de que persistentemente começamos com nós mesmos; somos demasiadamente subjetivos. Este é um dos maiores resultados do pecado. O pecado coloca o homem no centro. Ele me faz achar que só eu sou importante, e que aquilo que eu acho e aquilo que me acontece é o que realmente importa” (1994, p.42). E assim, quando pensamos em igreja, relacionamos com o nosso pensamento, com as nossas convicções e desejos. Esquecemos que a igreja não é nossa e o gosto pessoal pouco importa nessa questão. Ou como vai afirmar Lloyd-Jones mais à frente: “A igreja transcende os séculos. As habilidades naturais não desempenham nenhum papel nesta questão. Não importa o que você seja, ignorante ou deficiente em suas faculdades, grande ou pequeno, rico ou pobre. Todas estas coisas não passam de insignificâncias; este corpo é um só” (1994, p.47).
Por isso, é hora de todos nós, como membros do Corpo de Cristo, nos unirmos e fazermos a vontade de Deus agora, em obediência a Jesus Cristo, a Cabeça da Igreja. Não é hora de ficar olhando para os seres humanos ou para as preferências pessoais. Como crentes precisamos aprender que as coisas da Igreja funcionam a partir das perspectivas espirituais, através da Palavra de Deus, da oração e da ação do Espírito Santo em nós. Por isso Paulo, ao escrever aos coríntios, podia dizer: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? São apenas servos por meio de quem crestes, conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei; Apolo regou; mas foi Deus quem deu o crescimento. De modo que, nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas sim Deus, que dá o crescimento” (1Coríntios 3:5-7). Enquanto muitos ficam inquietos, olhando apenas para as coisas humanas, nós deveríamos olhar para o Deus que levanta Seus servos para fazer a obra; deveríamos parar de olhar para a capacidade humana e olhar para Aquele que dá o crescimento, pois na verdade nem Apolo, nem Paulo, nem Pedro, nem Gilson, nem Hugo, nem Nelson são alguma coisa, mas sim Deus.
Isso é ser igreja! É viver debaixo da orientação de Cristo e junto com outros irmãos obedecermos a vontade de Deus, brilhando nas trevas, salgando o mundo, sendo instrumento de salvação, restauração e mostrando a beleza e a relevância do Evangelho. Ser igreja é levar, viver e manifestar a mensagem da cruz de Cristo, onde homens e mulheres, adolescentes e jovens vivem como crucificados para a glória do Senhor ressurreto.
Por que falo isso? Porque hoje vivemos uma tragédia, onde as pessoas trocam de igreja como se troca uma camisa. As ações são baseadas em sentimentos e se coloca uma capa de aparente espiritualidade, mas que na verdade esconde desejos e manifestações carnais, onde o conforto e a novidade falam mais ao coração do que a convicção e a fé. A. W. Tozer escreveu um artigo intitulado “Vitória mediante derrota”, em que diz: “[...] se enxergo bem, a cruz do evangelismo popular não é a cruz do Novo Testamento. É, ao contrário, um novo e brilhante ornamento do seio de um cristianismo autoconfiante e carnal cujas mãos são, de fato, as mãos de Abel, mas cuja voz é de Caim. A antiga cruz matava os homens; a nova os entretém. A antiga cruz os condenava; a nova os diverte. A antiga cruz destruía a confiança na carne; a nova a estimula. A antiga cruz produzia lágrimas e sangue; a nova produz riso” (1987, p.39).
Portanto, fujamos desse cristianismo de aparências e nos comprometamos com o Senhor glorioso que morreu e ressuscitou para formar para Si mesmo um “[...] povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1Pedro 2:9). O mundo está diante de nós e temos uma única missão: Anunciar as grandezas daquele que nos salvou! Sim, os campos estão brancos para a ceifa e como cristãos, membros da Igreja de Cristo somos chamados a viver o Evangelho na sua plenitude. Saiamos da mornidão, da vida cristã fraca e sem substância; tão somente obedeçamos à voz do Senhor e ouçamos o clamor de Gideão: “[...] Levantai-vos, porque o SENHOR entregou o acampamento dos midianitas nas vossas mãos” (Juízes 7:15).

Fraternalmente em Cristo, Pr. Gilson Jr.

terça-feira, 8 de março de 2016

NOSSO COMPROMISSO MISSIONÁRIO: SER SAL!

NOSSO COMPROMISSO MISSIONÁRIO: SER SAL!

Ser igreja é ser chamado para fora! Não há como ser igreja e permanecer enclausurado nas quatro paredes pensando em si mesma e no seu conforto. Infelizmente essa é a visão de muitos membros e líderes eclesiásticos. E em tempos pós-modernos o compromisso missionário ficou reduzido às atividades ou eventos que essa igreja faz para atrair pessoas para o seu rol. Há em nossos dias uma necessidade diabólica de promover o nome da igreja e esquecer o Nome bendito de Jesus Cristo.
Quando olhamos para os evangelhos vemos que as palavras de Jesus quanto à responsabilidade da igreja são claras. No Sermão do Monte o Senhor disse: “Vós sois o sal da terra; mas se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo de um cesto, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa” (Mateus 5:13-15).
O cristão não é alguém que vive isolado. Ele está no mundo, embora não pertença a ele; se relaciona no mundo, mas é totalmente diferente dele. Na Bíblia sempre encontramos as duas coisas andando juntas. Se diz que o cristão não deve ser do mundo nem nas ideias nem na perspectiva, mas isso não significa que ele deva se apartar do mundo. Esse foi o maior erro do monasticismo que ensinava que viver uma vida cristã significava, necessariamente, separar-se da sociedade e viver uma vida contemplativa. Entretanto, isso nega a Escritura, principalmente esse versículo que agora estamos estudando, onde o Senhor Jesus tira as conclusões do que disse antes. O apóstolo Pedro faz a mesma observação na sua primeira carta: “Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1Pedro 2:9).
Mas, qual a implicação de ser o “sal da terra”? Implica claramente que a terra está corrompida, com uma tendência de contaminação, de moléstia e fétida condição. É assim que a Bíblia descreve o mundo. Esse é um mundo caído, pecaminoso e mal, onde a malignidade, as guerras e tudo quanto de pior existe acontece. O mundo é como a carne que tem a tendência a se decompor; é como algo que só pode ser conservado em bom estado com a ajuda de algum antisséptico. Como consequência do pecado e da queda, a vida no mundo em geral tende a decompor-se. Essa é, segundo a Bíblia, a única ideia adequada que podemos ter da humanidade.
O mundo só tende a apodrecer, pois está longe da vida. Há neles germens do mal, micróbios, agentes infecciosos que atuam na humanidade de tal modo que, se não forem controlados, causam enfermidades. E é justamente isso que estamos vendo atualmente: violência, injustiça, corrupção, miséria, podridão moral, maldade, insensibilidade, indiferença. Alguém aqui fica estarrecido? Pois bem, nenhum cristão deveria ficar surpreendido com isso, pois a Bíblia acertadamente nos mostra que neste mundo não há nada de bom.
Qual deve ser a condição do cristão nesse mundo? Jesus disse: “Vós sois o sal da terra [...]”; ou seja, “Vós e somente vós”. O que significa isso? Significa que somos diferentes do mundo. O sal é essencialmente diferente daquilo sobre o qual ele é colocado. O sal acaba exercendo todas as suas qualidades sendo diferente. Como nos diz o Senhor: “[...] se o sal perder suas qualidades, como restaurá-lo? Para nada mais presta, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mateus 5:13). Portanto, as características do sal mostram a diferença, pois basta um pouco de sal para ser notado facilmente na massa. Se não compreendermos corretamente essa ideia não veremos de forma clara o que significa ser cristão. Ser cristão implica em ser diferente dos demais. É tão diferente como o sal é da carne.
O cristão não é apenas diferente; ele alegra-se nessa diferença. E é necessário que seja assim, pois da mesma forma o Senhor Jesus Cristo foi no tempo em que viveu. O cristão é uma classe distinta, única e notável de pessoa. Sua vida precisa marcar um contraste que seja reconhecível e claro. A questão aqui é: Você é notado por sua diferença ou igualdade? Cada um examine a si mesmo.
Olhando mais profundamente o texto podemos perceber é que o Senhor aqui está salientando as principais características do cristão numa sociedade negativa. Qual a função do sal? Alguns diriam que é dar saúde e vida. Bem, essa ideia me parece equivocada, pois a função do sal não é dar saúde, mas impedir a putrefação. A função principal do sal é preservar e atuar como um antisséptico. Veja, por exemplo, que quando colocamos o sal na carne ela preserva de agentes que possam levar a carne a apodrecer. Desse modo, a função principal do sal é negativa e não positiva. Esse postulado é fundamental. Portanto, o cristão não age no mundo apenas positivamente. O primeiro efeito do cristão no mundo é ser um agente que previna o processo concreto de putrefação e decomposição. Será que nos vemos assim?
Outra função auxiliar do sal é dar sabor, ou impedir que os alimentos sejam insípidos. Essa é outra função bastante interessante de ser observada. Segundo essa afirmação, a vida sem o cristianismo seria insípida, insossa e sem gosto. Não é isso que o mundo acaba nos mostrando? Observe a obsessão pelos prazeres que existe no mundo atual. As pessoas agem porque algo lhes dá prazer e não se os princípios são certos. O que importa é o aqui e o agora, e não se o que fazemos é de fato lícito, se convém. As pessoas cada vez mais são guiadas por seus instintos de modo que, quando um prazer acaba, busca-se outro. Mas o cristão não necessita de passatempos ou coisas para saber que a vida tem valor e vale a pena ser vivida. Basta a fé em Cristo e o relacionamento pessoal com o Mestre. Tire o cristianismo do mundo e verá o quanto insípido ficará a existência.
O sal se manifesta quando os cristãos se santificam e deixam o Espírito de Deus agir. Todas as vezes que a Igreja foi avivada houve santidade. Quando os cristãos abandonam os princípios do mundo e deixam-se ser cheios do Espírito Santo, coisas fantásticas ocorrem na sociedade. Por que nosso país parece estar pior a cada dia que passa, mesmo com o autoproclamado avanço evangélico no Brasil? Porque os evangélicos de hoje são na sua maioria cristãos de fachada, que só gostam de cantar, dançar e se requebrar, mas não buscam a santificação que vem da Palavra viva de Deus. Jesus disse: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Ele não disse: “Santifica-os na dança profética, no barulho, no êxtase e nos modismos evangélicos”. É da Palavra de Deus que precisamos!
O problema da nossa sociedade é que há poucos cristãos e que assim não são suficientes para salgar. Sim, faltam cristãos genuínos, que sejam capazes de entrar e sair de qualquer lugar e impressionar as pessoas com a beleza do Evangelho de Cristo ou causar angústia sobre os pecadores. Nisso temos fracassado lamentavelmente. Martyn Lloyd Jones (1899-1981) disse certa vez: “Um só homem verdadeiramente santo irradia esta influência; o grupo em que ele se encontra sentirá sua presença” (JONES, Martyn Lloyd, p. 91). Esse é o problema, falta sal que influencia e há sal insípido sendo pisado. Estamos deixando de influenciar os outros porque falta santidade.
Então, estamos salgando o mundo ou sendo jogados fora? Pare, leia, escute e mude!

Fraternalmente em Cristo, Pr. Gilson Jr.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

SER IGREJA

SER IGREJA

Fazer parte da igreja de Jesus Cristo é um privilégio abençoado, mas atualmente negligenciado por muitos crentes. Infelizmente vivemos uma época em que as igrejas sofrem com uma rotatividade terrível e danosa. Por quê? Porque esse é o espírito dessa época, o que Zygmunt Bauman (1925-), sociólogo polonês chama de “modernidade líquida”. Esse autor chega a dizer: “Os laços inter-humanos, que antes teciam uma rede de segurança digna de um amplo e contínuo investimento de tempo e esforço, e valiam o sacrifício de interesses individuais imediatos [...] se tornam cada vez mais frágeis e reconhecidamente temporários” (2007, p.8,9).
O grande problema é que as pessoas não sabem mais o que são nem na sociedade nem na família e muito menos na igreja. Hoje em dia ser parte da igreja tornou-se sinônimo de “frequentador”, “amigo do evangelho”, “espectador” ou qualquer outra coisa. As pessoas não querem mais saber sobre o que é certo ou errado, o que é heresia ou doutrina ortodoxa, quem de fato fala a verdade de Cristo e quem apenas usa o Nome como meio de “ganhar a vida e ascender socialmente”. A verdade é dura, mas é isso mesmo. Negligência, superficialidade, modismo e uma espiritualidade sólida como “prego na areia”.
O pior é quando os crentes querem espiritualizar suas “andanças”, quando falam que “sentiram de Deus” que deveriam mudar de igreja. Sabe o que mais causa estranhamento? Eu nunca sinto isso, apesar das dificuldades da igreja. Aliás, a igreja tem um formato único no mundo, pois ela é uma instituição divina e humana ao mesmo tempo. Divina porque nasceu no coração de Deus e visa ser a nova sociedade restaurada em Cristo, mas humana, miseravelmente humana com seus pecados e atropelos. No entanto, eu amo a igreja e vejo que vale a pena dedicar-se para o fortalecimento dela por um simples fato: “[...] Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). Ora, se meu Senhor fez isso, por que eu não posso seguir Seu exemplo?
Alguns me dirão: “Mas não importa a denominação, pois posso servir a Cristo em qualquer lugar”. Bem, essa é uma falácia perigosa, pois servir a Cristo implica em levar Seu compromisso com Cristo até o fim. Quem vai derrubar as barreiras denominacionais não seremos nós, mas o Dono da Igreja: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu também as conduza. Elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor” (João 10:16). Quem separará o trigo do joio é o mesmo Senhor do Universo e da seara (Mateus 13:29,30). As denominações existem por causa da nossa humanidade; no entanto, existem na maioria delas uma conexão com os princípios fundamentais da fé: Somente a Escritura, Somente a fé em Cristo, Somente a graça de Cristo, Somente Cristo, Somente a glória de Deus.
E nesse aspecto a denominação importa sim. Como alguém pode ser membro de uma igreja em que seu líder se autointitula “apóstolo”? Como fazer parte de uma comunidade onde a Bíblia não é a base de regra de fé e conduta, mas é apenas manipulada para favorecer posições e interpretações esdrúxulas? Como fazer parte de uma igreja onde Cristo e sua obra na cruz não são suficientes, mas onde as pessoas usam artifícios de uma “psicologia barata” para “quebrar maldições hereditárias”? Como fazer parte de uma igreja onde é proclamado “glória a Deus”, mas na verdade tudo gira em torno da glória humana?
Ser igreja é mais que frequentar um templo, ouvir a mensagem, dar o dízimo e ir embora com “a bênção”. Ser igreja tem a ver com três compromissos fundamentais. O primeiro é o compromisso com Jesus Cristo, o Cabeça da Igreja. Se não compreendermos quem é Jesus e Sua obra na cruz então ser da igreja será apenas uma questão numérica. O Senhor não deseja que façamos número, mas que tenhamos com Ele uma comunhão profunda e piedosa, onde buscamos a cada dia conhecê-lO mais até “[...] que Cristo habite pela fé em vosso coração, a fim de que, arraigados e fundamentados em amor” (Efésios 3:17).
O segundo compromisso é com a doutrina de Cristo. Não basta apenas crer; é necessário saber o que se crê. Alguns creem, mas estão sinceramente enganados. Não basta ter a Bíblia, é necessário conhecê-la e desfrutar de cada ensinamento que ela nos traz. Não tenho receio de dizer que a grande maioria dos crentes hoje em dia são verdadeiros “analfabetos bíblicos e doutrinários”. Paulo orientou o jovem pastor Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nessas coisas. Dessa forma, salvarás tanto a ti mesmo como os que te ouvem” (1Timóteo 4:16).
E o terceiro compromisso é com a comunidade de fé. Essa comunidade é feita de pessoas, algumas fáceis e outras difíceis, algumas simples e simpáticas, outros já soberbos e metidos. Se alguém duvida que tenhamos todos os tipos de pessoas na igreja basta ver a composição dos discípulos que Jesus chamou. A igreja não é feita de pessoas perfeitas, mas de pessoas que foram alcançadas pela graça de Cristo e que necessitam de relacionamentos saudáveis e firmes para crescer. O compromisso com meu irmão em Cristo implica em amar, perdoar, ter paciência, submeter-se, suportar, agir com mansidão, admoestar, exortar, enfim, ser igreja implica numa integração que tem um custo.
Portanto, sigamos a orientação do autor de Hebreus: “Pensemos em como nos estimular uns aos outros ao amor e às boas obras, não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10:24,25). Seja firme e permaneça na Igreja onde Deus lhe colocou, buscando amar a Cristo, Sua doutrina e os irmãos.

Fraternalmente em Cristo, Pr. Gilson Jr.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

ANO NOVO... NOVO TEMPO PARA A IGREJA

ANO NOVO... NOVO TEMPO PARA A IGREJA

Sempre que um novo ano chega são renovadas as esperanças e as perspectivas em todas as dimensões da existência. Depois de um ano difícil temos agora um ano com muitas perspectivas de mudanças em nossa igreja. Muitos membros estão com dúvidas sobre esse momento e por isso creio que será de grande importância trazer algumas orientações.
Primeiramente, vale a pena salientar que numa igreja Batista a Assembleia é soberana. Nosso estatuto diz claramente:
Artigo 3º. – A Igreja é soberana em suas decisões, não se subordinando a qualquer congênere ou entidade religiosa, respeitando as leis do país e reconhecendo a Jesus Cristo como seu Senhor e Suprema Autoridade.
§ - Adota a Bíblia Sagrada como sua única regra de fé e prática, aceitando a interpretação contida na Declaração Doutrinaria da Convenção Batista Brasileira.
Portanto, fica claro que iremos seguir os ditames bíblicos, deixando a decisão para a Assembleia dos membros da Igreja na escolha do seu novo pastor. Ainda segundo o Artigo 34 de nosso Estatuto, será a Assembleia Geral quem decidirá o novo pastor; sendo assim não será algo imposto sem que os membros sejam ouvidos. A Comissão de Sucessão Pastoral entrará em contato com os membros antes que seja levado algo à assembleia.
E qual a função da Comissão de Sucessão Pastoral?  Essa comissão tem como objetivo: a) Mobilizar a igreja para a oração em favor da escolha do novo pastor; b) Recolher indicações de nomes da forma mais democrática possível; c) Sugerir um perfil do pastor a ser escolhido. Este perfil pode ser apresentado à igreja para votação; d) Escolher um único nome que será levado à assembleia geral da igreja; e) Se o nome indicado pela comissão for aceito pela igreja, o pastor será convidado a passar alguns dias pregando e convivendo com a igreja. Então haverá uma assembleia extraordinária para decidir se o pastor será ou não convidado. Se o for e aceitar, o trabalho da comissão estará encerrado. Se o nome indicado não for convidado ou se não aceitar o convite, a comissão retoma os trabalhos para indicar um novo nome dentre os nomes já sugeridos pelos membros da igreja, podendo abrir espaço para receber novas indicações. É importante salientar que todo o processo é espiritual, aberto, democrático e visa alcançar o bem-estar da igreja. O pastor está como consultor da Comissão, indicando nomes e orando com os irmãos.
Por isso precisamos orar e nos envolver nesse processo como igreja de Cristo. Agora não é hora de ficar preocupado ou desanimado, mas é tempo de oração, pois o SENHOR prometeu: “e vos darei pastores segundo o meu coração, que vos guiarão com conhecimento e discernimento” (Jeremias 3:15). Como o Senhor nos dará um pastor segundo seu coração se não orarmos? A oração é fundamental para que ouçamos a voz do Senhor e tenhamos um novo pastor segundo o coração de Deus.
No entanto, também é importante destacar alguns aspectos importantes desse processo. Nesses últimos quinze anos à frente do rebanho eu trabalhei muito com o ensino e ministração da Palavra de Deus. Foram anos de grande investimento espiritual e fortalecimento doutrinário e expansão da visão de uma igreja mais voltada para uma comunidade que exerce diferença no mundo. Creio que agora é um tempo de mais pastoreio e tenho orado pela igreja para que esse tempo de expectativa e ansiedade natural seja guiada pelo Espírito Santo com amor.
A Palavra de Deus deixa claro que “[...] ele designou uns como apóstolos, outros como profetas, outros como evangelistas, e ainda outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:11,12). O ministério pastoral faz parte de um dom espiritual e por isso devemos orar ainda mais para que Deus – Aquele que mais se preocupa com Sua Igreja – dirija-nos nesse momento.
Enquanto isso, permaneceremos com os irmãos até a nossa ida ao campo missionário, com a mesma motivação e amor pela Igreja do Senhor que se reúne nesse lugar. Espero contar com o envolvimento e engajamento de todos os membros da Igreja Batista do Estoril, olhando essa comunidade como pertencente ao Senhor Jesus, a quem devemos honrar e glorificar. Certamente o Senhor Jesus, o Supremo Pastor da Igreja (cf. 1Pedro 5:4) nos guiará vitoriosamente nesse ano.

Feliz Ano Novo, para a glória de Deus!
Fraternalmente em Cristo, Pr. Gilson Jr.