EVANGÉLICOS E “EVANGÉLICOS”... O QUE SOMOS?
Qual o significado do termo evangélico? O Dicionário Michaelis define assim: “adj (Evangelho + ico)
1. Do Evangelho ou a ele relativo. 2 Conforme aos princípios do Evangelho. 3
Pertencente ou relativo ao protestantismo: Igreja evangélica. 4 Caritativo,
carinhoso, meigo” (MICHAELIS, 2009). Perceba que o significado é muito
interessante e mostraria um grupo que estaria profundamente ligado aos
princípios do Evangelho de Jesus Cristo.
Neste aspecto, somos sim evangélicos como parte
do movimento cristão protestante que surgiu no século XVII e que se manifestou
a partir de 1730 através de diversas vertentes, tais como os Metodistas na
Inglaterra e o Pietismo Luterano na Alemanha e Escandinávia. Esse movimento
cresceu e se ampliou nos Estados Unidos no Grande Despertamento nos séculos
XVIII e XIX, dos quais destacamos Jonathan Edwards (1703-1758), David Brainerd
(1718-1747), Charles Finney (1792-1875) e tantos outros.
O evangelicalismo tradicional se baseia praticamente
em quatro pilares: 1) A necessidade de conversão pessoal (novo nascimento); 2)
A Bíblia como autoridade infalível; 3) Ênfase na morte redentora e na
ressurreição de Jesus Cristo; 4) Proclamação do Evangelho ao ser humano
pecador. O evangelicalismo destaca a piedade individual (ler a Bíblia e oração)
e tira a ênfase nos rituais. A partir disso, somos evangélicos!
Da vertente evangélica surgiram outros
movimentos, tais como o pentecostalismo e o neopentecostalismo. O
pentecostalismo divergiu da linha tradicional na interpretação da ação e da
pessoa do Espírito Santo, enquanto que o neopentecostalismo foi além,
rejeitando a base bíblica e partindo para uma interpretação fragmentária das
Escrituras, tornando as igrejas em empresas, pastores em CEOs e uma ampla
divulgação de uma mensagem baseada num “positivismo” (Confissão positivista),
com forte ênfase na prosperidade pessoal como “sinal” da bênção de Deus. Se ser
evangélico é pensar como a vertente neopentecostal, então não somos! Não temos
nada a ver com esse pessoal, embora falem de Jesus ou cantem como nós. Por quê?
Porque a cada dia essa vertente neopentecostal
agride o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo com seus modismos, ideias
escabrosas, baseados em sentimentalismos que visam manipular as massas
ignorantes da Bíblia. É triste ver a Igreja de Cristo, pastores, irmãos e
trabalhos sérios serem tratados como “mercadores” da fé, comparados a outros
que constroem seus “reinos” em nome de Deus.
Portanto, chega! Não dá para chamar qualquer um
de irmão hoje em dia. A situação está caótica, pois além dessas coisas, ainda
temos que lidar com os “apóstolos” medíocres que querem aparecer como
“doutores” da Bíblia e com os cantores gospels
e suas esquisitices e manias mundanas. A Bíblia já nos adverte: “O Espírito
afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns se desviarão da fé e darão
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, sob a influência da
hipocrisia de homens mentirosos, que têm a consciência insensível” (1Timóteo
4:1,2).
Sim, já estamos vivendo esse tempo em que não é
mais o Espírito Santo que tem falado, mas homens carnais, com palavras bonitas
e cheias de autoajuda para massagear o ego dos pecadores que enchem os templos.
Não duvido nem que muitos estão cheios de demônios, pois algumas declarações
são tão descabidas que só podem vir do inferno. Para isso o Diabo é expert, pois distorcer a Palavra de Deus
é sua prática desde o início.
É como nos diz Judas em sua carta: “Ai deles!
Pois seguiram pelo caminho de Caim, e por causa de lucro se lançaram ao erro de
Balaão e foram destruídos na rebelião de Coré. Eles são rochas ocultas e
participam de vossas refeições comunitárias, banqueteando-se convosco, sem
escrúpulos. São pastores que apascentam a si mesmos. São como nuvens sem água,
levadas pelos ventos. São como árvores sem folhas nem fruto, duplamente mortas,
cujas raízes foram arrancadas. São como as ondas bravias do mar, espumando suas
próprias indecências, estrelas fora de curso, para as quais a escuridão das
trevas tem sido reservada para sempre” (Judas 11-13).
Por isso o conhecimento da Bíblia é a diferença
fundamental entre a verdade e o engano. Nem tudo que reluz é ouro; nem toda
mensagem evangélica é baseada no Evangelho. É hora de despertar e conhecer mais
a Deus e Sua Palavra. É hora de cada cristão comprometido com o Senhor Jesus
aprender mais da Bíblia e combater a falsidade com a verdade. Como nos diz
Pedro: “Mas esses homens que, à semelhança de animais irracionais, vivem por
instinto natural para serem presos e destruídos, difamando o que não entendem,
perecerão na sua corrupção, recebendo a justa retribuição de sua injustiça.
Tais homens têm prazer na luxúria à luz do dia. Eles são manchas e máculas,
tendo prazer em suas dissimulações, quando se banqueteiam convosco. Têm os
olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar; enganam os inconstantes e
têm o coração exercitado na ganância. São malditos” (2Pedro 2:12-14).
Pr. Gilson Jr.
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